Por que a convivência entre crianças e cães requer atenção?

Saiba o que é importante do ponto de vista profissional, da criança e do doguinho!

Crianças amam pets e ajudar os peludos a desenvolver uma relação saudável com eles é um processo que deve-se dedicar tempo. A chegada de um filhote em uma família com presença de crianças pode ser um desafio. Afinal, é nessa fase que o cão começa a perceber o ambiente a seu redor e a criar comportamentos que irão lhe acompanhar em sua vida adulta.

Entender como o cão se comunica e ajudá-lo a se habituar com o convívio de humanos é essencial para um relacionamento saudável na família multiespécie.

O processo de socialização com crianças é uma das técnicas que ajudam os filhotes a se desenvolverem na presença deste pequenos. Aqui na Dog Adventure realizamos uma atividade de enriquecimento e vinculação com crianças, onde usamos processos lúdicos para gerar uma associação positiva entre eles. Isso ajuda os doguinhos a se acostumarem com a energia mais agitada das crianças, seu tom de voz e toque.

Os benefícios para o filhote:
  • Fortalece comportamentos saudáveis para a vida adulta
  • O cão aprende a descriminar o que é correto e tem recursos de outros comportamentos mais apropriados para que possa interagir melhor com o convívio humano
  • Se habitua com a presença da criança no ambiente (sons, velocidade de movimento e outras particularidades)

E o aprendizado não é só para nossos AUlunos, durante a socialização ensinamos as crianças a respeitarem os cães e até lerem alguns sinais de comunicação que os cães dão!

O papel da criança nessa relação:
  • Perceber sua expressão corporal,
  • Como manter o autocontrole sobre as emoções,
  • Adequar a postura e a maneira de olhar e falar com o cão
  • Respeitar os limites e realizar a aproximação apenas com a permissão do cão
  • Conscientização sobre comportamentos que não devem ser endossados (como a mordida por exemplo – é preciso direcionar o cão para outra brincadeira o ambiente)

Entrevista com nossos monitores mirins

O que te faz gostar de cães?

– Quando a gente tá entediado, ele brinca com a gente e dá mais alegria. Ele tambem protege a casa.

Você sente algum medo quando um cão de médio/grande porte se aproxima?

-Quando rosna, sim. Só quando rosna ou late. Eu já corro. Mas aí que ele corre atrás.

Que tipos de brincadeiras você gosta de praticar com os cães?

– Adestramento, bolinha, brincar na piscina. E brincar na chuva.

Você entende que os cães também tem emoções?

– Sim, quando ele rosna é porque não quer que faça alguma coisa. Quando eles cheiram é como se tivesse assistindo um filme. Quando cheira a grama, ela quer fazer xixi. E quando late olhando para alguma coisa, as vezes a gente entende o que ela quer.

Você acha que é sua responsabilidade educar o cão?

– Se for meu, sim. Porque aí ela não avança nos outros, não foge e sabe o que pode e o que não pode. E quando vamos dar alguma coisa ela sabe esperar e não vem comendo tudo. É importante para ela não pegar coisa que não deve.

Você sabe como se comunicar com um cão?

– As vezes. Eu vou falando e ela fica latindo e quando ela olha, eu sei o que ela quer. Não chegar tão rápido, deixar ele chegar a mão. Perguntar para a dona se ele bravo ou manso e se você pode dar carinho.

O que você acha de ajudar os cães da Dog Adventure?

– Bem legal, porque aí a gente pode conhecer novos cães e ensinar eles a ficarem com humanos, novas pessoas, crianças. E a gente pode se comunicar com os cachorros bem.

 

Precisa de ajuda com seu cão e a interação dele com crianças? A consulta comportamental pode te auxiliar no processo!

 

Agradecimentos especiais à Paola e Pietro.

 

Autora: Tatiana Nassif   

Adestramento, creche ou consulta comportamental: o que é preciso saber?

Especialistas em comportamento canino são as principais indicações para garantir um bom convívio familiar e uma bem-estar para seu melhor amigo.

É perfeitamente normal que hajam dificuldades de convívio entre cães e pessoas. Pense bem: são duas espécies diferentes, com interesses, formas de ver o mundo e necessidades diferentes. Diante disso, é muito comum também que as pessoas fiquem confusas ao escolher o melhor serviço para ajudá-las. E a resposta certa, na verdade, é algo bem particular e específico para cada cão, cada família e cada momento da vida. Não há uma resposta única ou uma solução mágica. Adestramento, creche e consulta comportamental tem suas particularidades, semelhanças e limitações. Por isso, muitas vezes podem, e devem, ser complementares para se atingir um melhor resultado. Vamos passar pelos principais pontos de cada um destes serviços.

CRECHE PARA CÃES

creche para cachorro é uma forma de prevenção e reabilitação de problemas de comportamento, além de ser um espaço de convivência canina com supervisão qualificada. Uma creche de cachorro é um serviço de muita responsabilidade em que se deve visar o bem-estar animal e a repercussão disso na convivência familiar humana. Portanto, é importante uma rotina que atenda as necessidades dos cães de forma completa, incluindo momentos de relaxamento e obediência.

Espaços planejados de acordo com o porte dos cães potencializa o aproveitamento das atividades e a segurança, esse pode ser um dos diferenciais de alguns estabelecimento. Na Dog Adventure, além do agrupamento por portes, temos a Escola para Filhotes com uma rotina especial com base no desenvolvimento canino e prepara os cães para situações da vida cotidiana. No nosso caso, a creche para cães pequenos e a escola para filhotes possuem em sua rotina momentos de integração com a creche para cães grandes a fim de manter as relações e aprendizados diversificados expandindo também a noção de respeito ao próximo.

Principais indicações da creche de cachorro:

  • gasto de energia
  • socialização com cães e pessoas
  • obediência básica
  • bem-estar e qualidade de vida
  • prevenção de problemas comportamentais de diferentes ordens
  • ansiedade de separação baixa ou moderada
  • ansiedade generalizada
  • hiperatividade
  • comportamento destrutivo
  • comportamentos compulsivos como latidos excessivos, lambedura de patas e outros
  • cães que ficam muito tempo sozinhos, sofrem com isso ou se colocam em situações de risco
  • tutores que precisam de suporte nos cuidados por longos períodos no seu dia-a-dia

Quais os pré – requisitos para frequentar a creche?

  • Todos os cães devem ser sociáveis com cães e pessoas
  • Machos adultos devem ser castrados
  • Fêmeas durante o cio ficam de férias da creche
  • Vacinas sempre em dia (exigências V8 ou V10, raiva, giárdia, tosse)
  • Filhotes podem frequentar logo após a primeira imunização completa (V8 ou V10 sendo 3 ou 4 doses)
  • Exame de fezes realizado na matrícula e manutenção semestral intercalada com vermifugação
  • Controle antiparasitário: qualquer tipo de prevenção é aceito desde que se mostre eficiente e tenha comprovação de reaplicação em dia. Possuímos alguns para venda e damos preferência para aplicar e controlar para você
CONSULTA COMPORTAMENTAL

É realizada com os cães e suas respectivas famílias e propõe a melhoria das relações e do bem-estar de todos os envolvidos. Para a reabilitação comportamental do cão, o médico veterinário comportamentalista pode utilizar um conjunto de ferramentas como avaliação física e de saúde, orientações sobre disciplina positiva, atividade física (indicação para creche, natação, caminhadas dentre outros), mudanças no manejo em casa, recomendação de feromonioterapia, psicofármacos e adestramento.

Quando o foco da consulta é a orientação, o serviço tende a ser uma intervenção pontual para algum tipo de ajuda que a família esteja precisando naquele momento. Já para alguns casos, se torna um acompanhamento mais presente na vida do cão, especialmente se avaliado que o uso de alguma medicação pode ser benéfico para ele.

É comum que haja certa resistência na adesão dos tutores quanto a este serviço. Algumas pessoa não se sentem confortáveis em dividir informações do seu convívio e, outras, ficam inseguras como a possibilidade de medicar o cão. A medicina veterinária está altamente avançada nesse ponto. Existem diversas opções e as dosagens são graduais para melhor adaptação do cão. Encontrar bons profissionais é a chave de tudo.

Queixas comuns de problemas de comportamento em cães que podem ser tratadas em consulta:

  • Ansiedade generalizada
  • Comportamento de monta
  • Comportamento depressivo/ apático (diante de perdas ou falta de estímulos)
  • Comportamento destrutivo
  • Comportamentos compulsivos ou estereotipados (exemplos: lesões por lambedura, perseguição de sombras etc)
  • Coprofagia (ingestão de fezes)
  • Dificuldades no passeio
  • Eliminação em local inapropriado (fezes e urina)
  • Estabelecimento de educação básica
  • Estresse
  • Gravidez psicológica (pseudociese)
  • Latidos excessivos
  • Medos e fobias
  • Mordidas constantes e/ou Agressividade
  • Possessividade
  • Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS)
  • Problemas de Socialização

Outras situações que a consulta pode ajudar:

  • orientação para escolha de um filhote (desde o estudo de raças até a avaliação do temperamento do indivíduo na ninhada)
  • orientação para adoção de cães (compatibilidade entre o perfil da família e do animal)
  • adaptação de um novo membro na família (cão ou humano)
  • desenvolver conhecimento e senso de responsabilidade em crianças que desejam um cão ou convivem com ele
  • envolver a família como um todo de maneira participativa na criação do animal e na divisão de tarefas
ADESTRAMENTO

É um dos serviços mais populares e procurados para melhorar o comportamento de um cachorro, mas como vimos, não é o único e nem sempre o mais indicado. No adestramento moderno, o reforço positivo (com o uso de recompensas) é o principal método de modificação comportamental, pensando sempre no bem- estar do cão e no conjunto de fatores que interferem no comportamento indesejado: o ambiente, a emocionalidade e processo de aprendizagem. Métodos que usam força física e elementos aversivos são ultrapassados e podem prejudicar ainda mais o comportamento, é muito importante levar esse ponto em consideração na escolha do profissional.

Geralmente as aulas são feitas em domicílio ou em locais públicos para treinos específicos. As orientações necessárias são ensinadas e o treino de modificação comportamental é feito com o cão junto a família, para que assim a família possa dar continuidade, até que o cão esteja respondendo bem ao treinamento e não seja mais necessária a presença do profissional.  

Perfil do cão que pode ter benefícios com o adestramento:

  • Cães que não aprenderam o local das necessidades básicas
  • Cães que pulam 
  • Cães que latem em demasia
  • Cães que não ficam bem quando sozinhos
  • Cães que não sabem passear
  • Cães destruidores
  • Cães possessivos
  • Cães hiperativos
  • Cães que não permitem manuseio (corte de unhas e escovação, por exemplo)
  • Cães que receberam ou receberão um novo membro da família (cão, gato, outro animal ou nascimento de um bebê humano)
  • Cães em adaptação à mudança de casa
  • Cães em adaptação para viagens
  • Cães que precisam de adaptação para procedimentos veterinários

Clique nos serviços para saber mais sobre creche para cães, escola de filhotes, consulta comportamental ou adestramento.

Tatiana Nassif e parceiras Bruna Bons e Carolina Okada

Qual a relação entre inteligência emocional nos humanos e o bem- estar dos cães?

Qual o papel do tutor e do profissional da área pet diante disso?

Por algum tempo propagou-se a idéia de que cães queriam ser líderes de sua matilha a todo custo e dominá-los seria necessário para estabelecer uma hierarquia e uma convivência de respeito com os seres humanos. Hoje sabemos que esse pensamento é ultrapassado e equivocado. A organização social do cão doméstico é como uma unidade familiar, muito parecida com o que nós chamamos de família mesmo (falamos sobre isso em um dos nossos primeiros textos:  O que é família multi – espécie?). Por serem animais sociais, eles precisam manter a coesão do grupo e para isso são necessárias habilidades apaziguadoras, a fim evitar conflitos e, mais do que isso, comportamentos de colaboração.

Empatia e estresse: uma via de mão dupla

Para que a convivência entre humanos e cães pudesse se fortalecer ao longo do processo de domesticação, os cães desenvolveram uma alta capacidade de compreender as emoções humanas. Por serem tão próximos afetivamente de nós, os cães podem não apenas decifrar o que sentimentos, mas também se contagiar por nossas emoções. Por isso se diz que “o cão é como um espelho” e acredite, existe ciência por trás disso tudo.

Empatia intra e interespecífica, ou seja, dentro de uma mesma espécie e entre espécies diferentes (como no caso de humanos e cães), é a pré-disposição de compartilhar e compreender emoções do outro. E essa emoção passa a ser experienciada como verdadeira em nós mesmos. Envolve um sincronismo motor e emocional que influencia a afetividade entre os dois indivíduos. Essa ligação é variável de acordo com o grau de vinculação entre os dois e a intensidade da emoção vivida. Os comportamentos pró- sociais são:

  • Mímica
  • Consolo
  • Compreensão
  • Companheirismo
  • Reações motoras e fisiológicas (e subjetivas)

Estudos recentes mediram níveis de estresse e personalidade de tutores de pets e descobriram que essa sincronia emocional acontece de forma mais profunda do que se imaginava. Tutores que apresentam níveis elevados de cortisol, o hormônio do estresse, possuem cães com esses níveis mais elevados também. O efeito dessa condição passa a ser visível no comportamento do cão mais ansioso, reativo, hiperativo ou como comportamentos compulsivos, por exemplo.

Inteligência emocional, auto – cuidado e o apoio profissional

Esse conhecimento é fundamental para compreender a relação entre tutor e cão e possíveis mudanças comportamentais que venham a surgir. Muitas vezes há uma tendência a culpabilizar o cão por seus comportamentos, mas a “posse responsável” exige um movimento genuíno do tutor em reconhecer suas próprias dificuldades emocionais. Momentos de ansiedade, insegurança, frustração e depressão (que são naturais na vida humana) poderão facilmente influenciar o cachorro. Procurar ajuda profissional para os dois pode ser muito importante para o bem-estar e para a manutenção de uma boa convivência.

Em ambiente de creche para cães, o acompanhamento com os tutores nessas fases de maior sensibilidade emocional familiar, é crucial para a estabilidade do comportamento do cão. Por consequência, a regulação da matilha também pode ser influenciada já que o contagio emocional também acontece na via cão – cão. Muitas vezes, serviços de apoio podem ser indicados como o adestramento, a consulta comportamental, o uso de florais, feromônio terapia, acupuntura e natação.

E como tudo isso influência o profissional da saúde e do comportamento animal?  Médicos veterinários e cuidadores pet estão junto com outros profissionais de saúde humana, educação e segurança pública que possuem os maiores índices de desgaste emocional associado ao trabalho.  Além da capacitação técnica voltada ao animal, inteligência emocional e auto- cuidado são fundamentais para que o profissional possa encontrar o caminho para acessar os cães e suas famílias de maneira diferencial. O exercício físico e a meditação já se provaram técnicas mais que efetivas, mas cuidados básicos como alimentação e repouso apropriado não podem ser deixados de lado, assim como o cuidado com o relacionamento em equipe.

Tatiana Nassif

Já parou para pensar se o nome do meu cachorro quer dizer algo sobre ele?

Como as pessoas escolhem o nome de seus cães? Essa escolha tem relação com a maneira que eles se comportam?

Quando as pessoas quererem ter cães como membros de sua família, a maioria é guiada por um sentimento de amor incondicional e certa valorização social sendo seus objetivos conscientes e inconscientes: a companhia, o passatempo e a imagem social. A escolha do cão geralmente é guiada por uma percepção de complementariedade ou identificação, ou seja, tutores buscam em seus cães algo diferente de si que os complementa ou procuram características que percebem como semelhantes a si mesmo por afinidade.

Cada relação entre tutor e cão é muito particular, mas pode ser mais profunda do que parece. Enquanto alguns possuem uma relação simbiótica que vai da convivência de mutuo respeito até a de dependência, outros criam uma dinâmica de transferência de sentimentos que pode determinar o rumo da relação e do comportamento do cão. É importante lembrar que assim como as pessoas possuem personalidades e experiências que as tornam singulares, os cães também são determinados por uma séria de fatores (genética, fisiologia hormonal, química cerebral, os efeitos do desenvolvimento inicial e aprendizado, respostas condicionadas, encontros estressantes com outros indivíduos, dentre outros fatores). A relação humano – cão é a junção de dois seres únicos e, ainda, de diferentes espécies.

Mas o que o nome do cachorro tem com isso?

O que caracteriza um pet é exatamente o fato de receber um nome. Os nomes conceitualizam os seres como indivíduos e demarcam essa relação afetivo vincular com seus tutores. O nome é um tipo de representação mental do outro, de como se espera que sejam ou de como de fato são. Portanto, o processo de escolha do nome de um cachorro esta impregnado de expectativas de seus tutores quanto aquele cão. Essas expectativas são construídas através da união de questões que estão no nível da consciência, do inconsciente pessoal e do inconsciente coletivo. Estudos dizem que pais nomeiam seus filhos narcisicamente, com base em seus desejos, necessidades, idealizações, faltas etc.

Com os cães não seria diferente, tutores usam a imaginação, inspiração, humor, fantasia e liberdade de expressão para escolher o nome do seu melhor amigo. O processo de nomeação dos cães é bem parecido com a escolha de apelidos, algumas das categorias comuns para isso são: comparações físico/anatômicas, intenção afetuosa, originário de outros nomes carregados de significados, herdados como referência, ocorridos em circunstâncias acidentais, comportamentais ou com objetivo de transladação de sentido.

Um nome pode falar sobre vocês dois…

Descobriu-se em um estudo que 40% das pessoas não ter pensam em NADA enquanto 60% pensaram em adjetivos ou motivações para nomear seus cães. Tutores que “não pensam em nada” ficam sob efeito do inconsciente individual e coletivo e muitas vezes são guiados pela simbologia sem nem se dar conta disso. O exercício de lembrar o que cada um pensou no momento de escolher um nome pode ser desafiador, mas geralmente as pessoas atribuem adjetivos associados a: aparência (cor, pelagem, tamanho), força, docialidade e beleza dentre uma gama enorme de outros.

A criatividade dos tutores é impressionante e a quantidade de nomes escolhidos é bastante diversificada. Porém, essas são as principais categorias em que se encontram os nomes caninos:

  • Personagem: nomes de personalidades ou personagens mitológicos, de filmes, desenhos e outros que mostram a expectativas de acordo com a história
  • Nomes Comuns Brasileiros: de grafia e sonoridade tipicamente brasileira que estão associados ao sentimento de pertença x segregação. Normalmente são carregados de humor e simplicidade também.
  • Nomes Comuns Estrangeiros: de grafia e sonoridade não reconhecida como tipicamente brasileira, podendo ser de origens diversas e que podem indicar uma tentativa de diferenciação, valorização e projeção de emoções
  • Nomes tipicamente caninos: baseados no estereótipo social e na idealização da relação interespécie
  • Aparência Física: nomes associados a porte, cor, pelagem ou outra característica física do animal
  • Outros: alimentos, lugares, outros   

Ficou curioso para saber os nomes mais comuns? De acordo com o estudo de 2019, os nomes mais comuns para as fêmeas dentre os participantes foram:

  • Mel
  • Nina
  • Luna
  • Amora
  • Cacau

E para os machos:

  • Thor
  • Chico
  • Max
  • Marley
  • Ozzy

Concluindo, o nome canino é um indicador das expectativas do tutor, por isso, pode ser uma incrível ferramenta de apoio de trabalho para profissionais da área pet, especialmente nas análises para intervenções familiares.

E como isso tudo se relaciona com o comportamento canino?

Pelo fato dos cães reconhecerem expressões faciais, vocalizações em tom emocional e odores do ser humano, além de conseguirem interpretar e o significado do comportamento humano em geral, possuem habilidades para moldar seu comportamento de acordo com o que é esperado deles. Isso não significa que eles queiram fazer isso ou mesmo que seja sempre adequado, mas de maneira geral, é essa característica que permitiu a convivência e a coevolução entre as espécies. Dentro de um família emocionalmente saudável, espera-se que com o tempo haja cada vez mais uma congruência comunicacional e emocional, o que acaba por influenciar o comportamento do cachorro.

Outra grande curiosidade é que estudos mostraram que as características do tutor são mais importantes na configuração da relação interespecífica (entre as espécies) do que as do próprio cão. Isso significa que quem você é, o que acredita, deseja ou faz tem forte influência em quem seu cão irá se tornar. É claro que existem exceções como em situações de fortes traumas vividos pelo cão ou de forte pré-disposição genética. Ainda assim, a vinculação entre tutor e cão é mais afetada pela quebra das expectativas do tutor do que por motivações associadas ao comportamento canino, mesmo quando falamos em “problemas comportamentais dos cães”.

É melhor garantir que esteja fazendo tudo direitinho, não é? Continue acompanhando nosso blog e nossas redes sociais para ter acesso a mais conteúdo!

Tatiana Nassif

Meu filhote chegou, e agora?

Garantir que você e seu filhote estejam indo no caminho certo é importante para uma vida em harmonia e parceria.

Você escolheu o filhote que tanto sonhou? Ou ganhou esse presente inesquecível? Quem sabe se comoveu e resgatou um filhote? Independente de como aconteceu essa história tão especial, veja o que você precisa para trilhar um bom relacionamento com seu cão.

Se prepare e busque por conhecimento

Conviver com um ser de outra espécie é trabalhoso, mesmo sendo o cachorro que já convive com as famílias humanas a tantos anos. Os cães são muito inteligentes e amáveis, mas precisam de uma série de cuidados que envolvem tempo, dinheiro e dedicação dos tutores. São cuidados desde os mais básicos (alimentação, abrigo, banhos, brinquedos, passeio, antipulgas, vacinas), alguns outros cuidados que você até parou para pensar que podem vir a ser necessários em algum momento (creche, adestramento, consultas veterinárias, medicamentos) e cuidados mais complexos que não estão no planejamento inicial de ninguém, mas podem fazer parte do pacote do que é “básico para o seu cão” (especialistas veterinários e comportamentalistas, exames, tratamentos regulares, dentre outros).

E tem mais…você precisa aprender sobre as necessidades dos cães quanto a:

  • gasto de energia
  • estimulação mental
  • comportamentos naturais e instintivos
  • socialização
  • comunicação
  • emoções
  • processo de aprendizagem

O nosso mini curso Porque o cão é o melhor amigo do homem? Como tornar-se o melhor amigo dele também? vai te preparar para esse processo.

Aceite as particularidades do seu cão e trabalhe com elas

Apesar de no senso comum falarmos em cães e pensarmos neles com base em suas raças (ou não-raça), cada cão é um indivíduo único. Existem uma diversidade de fatores genéticos e orgânicos que vão moldar o temperamento e a personalidade do cão, assim como cada uma das experiências de vida que ele tiver. Você sem dúvida, será parte fundamental desse processo e da continuidade dele.

Mas entenda que uma parte do processo não esta em seu total controle e que talvez algumas das expectativas que você criou inicialmente não serão atendidas. Sua flexibilidade evitará que você persista em erros ou que hajam prejuízos no relacionamento com seu novo melhor amigo. Não hesite em procurar ajuda profissional se estiver passando por alguma dificuldade, quando antes, melhor. A boa notícia é que muitas das suas expectativas serão atendidas e tantas outras coisas boas que você nem vislumbrou vão surgir desse novo e encantador relacionamento.

Escola para filhote na Dog Adventure

Tendo em vista todas essas particularidades, fomos pioneiros no desenvolvimento de uma escola para filhotes que respeita as necessidades e limitações deles e ao mesmo tempo acredita no seu potencial. Essa fase inicial é crucial no desenvolvimento da personalidade do seu melhor amigo e estimulá-lo adequadamente irá refletir em toda sua vida. Na Dog Adventure seu cão terá todo o cuidado e preparo necessário durante esse período através de atividades e treinos exclusivos para se tornar um cão saudável física, mental e socialmente. 

Conheça as indicações e benefícios da escola de filhotes:

  • aproveitamento da janela de aprendizado para socialização com cães e pessoas,
  • habituação com ambientes, sons e objetos,
  • estimulação sensorial e cognitiva,
  • gasto de energia,
  • treino de preparo para banhos, natação e consulta veterinária,
  • direcionamento de mordida,
  • previne contra agressividade,
  • evita síndrome de ansiedade de separação,
  • previne comportamentos compulsivos, latidos excessivos e diversos outros desvios de comportamento.

Se parece muita coisa para seguir sozinho, indicamos a orientação familiar para filhotes através da consulta comportamental ou o suporte matriculando seu melhor amigo na escola de filhotes.

Tatiana Nassif

Como escolher um cachorro?

O que é importante considerar para tomar a decisão certa ao escolher ter um cachorro, e mais, como escolher esse melhor amigo dentre tantas opções?

Nos dias de hoje, grande parte das pessoas não se vê sem um bichinho de estimação. Mais de 50% dos lares brasileiros possuem um cão ou um gato como membro da família. Essa realidade revela muito sobre nós mesmos, o que procuramos e até como lidamos com a vida em alguns aspectos. Escrevemos um pouco mais sobre isso no texto O que é família multi-espécie. Mas como escolher o cachorro que irá compor a sua família?

Pensando em uma convivência saudável e harmoniosa, trazer um novo cão para nosso lar deve ser algo bem planejado. É muito importante que esse novo membro da família tenha um perfil semelhante ao seu e que todos os outros membros de sua família estejam de acordo e dispostos a cuidar também do novo cãozinho. Lembre de considerar membros que ainda não existem, mas que possam estar em seus planos como um bebê, por exemplo, uma pessoa de idade que vá morar com você ou um funcionário.

Veja alguns pontos para uma boa avaliação de sua família e das suas expectativas para escolher um cachorro:

  • Disponibilidade de espaço: Qual é seu tipo de moradia? Como é sua vizinhança? Qual seria o cantinho do seu cão? Onde ele faria as necessidades? Procure mapear esses detalhes, isso te ajudará a fazer uma escolha mais consciente e com menos chances de dificuldades depois.
  • Custos: Qual valor você pretende investir nesse novo membro da sua família? Considere pelo menos os custos básicos como vacinas anuais, antiparasitários regulares, brinquedos, comida, caminha, mas calcule uma reserva para consultas médicas, exames, especialistas, medicamentos, creche, passeador, adestrador…
  • Tamanho do cachorro: o porte o cão terá influência nos dois itens anteriores. Por exemplo, cães maiores comem mais, possuem dosagens de medicação mais altas e precisam de mais espaço (que pode ser compensado, dentre outros benefícios, com a contratação da creche para cães). Mas a conta não é tão clara assim, um cão grande e saudável pode gerar menos custos do que um cão pequeno de imunidade debilitada. O item abaixo trará alguns traços fundamentais para uma escolha que pode minimizar esse tipo de desgaste do cão e da família.
  • Raça e tendências comportamentais: cada raça foi criada com um objetivo e junto deste objetivo, diversas características físicas e comportamentais foram selecionadas. Existem mais de 400 raças de cachorro, cada uma com suas tendências, mas é importante saber que cada cão é um indivíduo com personalidade única (mesmo sendo da mesma raça e da mesma ninhada). Conheça um pouco mais sobre raças e como analisa-las para sua família em nosso mini- curso “Porque o cão é o melhor amigo do homem? Como tornar-se o melhor amigo dele também?”
  • Tipo de pelagem: a pelagem tem relação com custos (banho, tosa, cuidados especiais) e com disponibilidade de tempo da família para escovação diária e limpeza da casa por causa dos pelos mortos que caem. Cães bem escovados, independente da pelagem, fazem menos sujeira. Porém, cães de pelagem curta soltam mais pelos enquanto os de pelagem longa formam nós na pelagem se não escovados com regularidade (não somente no banho) ocasionando dor e problemas de pele.
  • O seu perfil e de sua família: como você visualiza o tempo para atividades em conjunto com o cachorro? E o que você espera do seu cão quando sozinho? Seja honesto nesse momento, esse ponto pode ser determinante para um bom relacionamento. Veja algumas reflexões que podem te ajudar: caso você goste fazer caminhadas, estar em contato com a natureza, precisa de um cão com nível de energia média/alta e pelagem fácil de cuidar. Se você é esportista, adora correr no parque, andar de bicicleta ou skate, precisará de um cão com energia alta/muito alta, com personalidade confiante e facilmente adestrável. Mas se seu perfil é curtir um sofá e maratonar séries, com certeza precisará de um cão de energia mais baixa. Se você é daqueles que não para em casa, tem vida social ativa, considere um cão pequeno que possa ir junto com você para qualquer luar ou que tenha maior facilidade de ficar sozinho, quem sabe até considere ter mais de um cão para fazerem companhia um para o outro. Se você tem crianças ou deseja formar uma família, procure por cães pacientes, raças adestráveis e de energia média/alta.

Alguns desses pontos são mais fáceis de serem analisados quando estamos falando de uma escolha de um cão de raça, pois sabemos como ele será fisicamente e como é boa parte da genética dele. Mas em caso de adoção de cachorro, como posso proceder?

A adoção é um ato lindo de amor, mas adotar um filhote sem raça definida demanda que a família esteja mais aberta a se adaptar ao perfil do filhote uma vez que não é possível prever tão facilmente seu tamanho e traços de sua personalidade. A maioria das pessoas procura por filhotes para acompanhar seu crescimento e essa é uma fase muito divertida e apaixonante realmente. Porém, ela vem com uma série de responsabilidade como assumir o processo de educação básica e socialização do animal que é demandante, mas também determinante para o equilíbrio emocional do seu melhor amigo.

Adotando um animal adulto, você já saberá quais as principais características dele e quais combinam com as suas. Além disso, estará contribuindo para dar um lar e uma família a cães com menores chances. Junto com tamanha grandeza prepara-se para se dedicar a uma fase de adaptação importante, incluindo a possibilidade de tratar alguns problemas comportamentais. Geralmente adultos adotados passaram por experiências traumáticas, seja frio, fome, maus tratos ou até mesmo a troca repetitiva de ambiente e famílias anteriores.

Conhecer a raça (ou a mescla de raças de seu futuro vira-lata), o histórico familiar do cão (pais e ninhada) e mesmo o ambiente do canil ou do abrigo em que ele viveu, vai trazer informações sobre as experiências que o cão passou, o que aprendeu ou deixou de aprender. Independentemente de seu passado, saiba que ao assumir um cachorro, você deve assumir também uma posse responsável sobre ele. É um compromisso pelos próximos 10 anos de sua vida e da sua família para atender as necessidades de saúde e bem-estar do cão garantindo a ele uma vida plena e feliz e a harmonia familiar.

Decidiu ter um cachorro? Precisa de um suporte profissional desse processo, entre em contato conosco.

Olivia Miranda e Tatiana Nassif

A comunicação entre humanos e cães

Se comunicar é a chave de qualquer relacionamento

Muitas das dificuldades de relacionamento que surgem entre tutores e cães acontece por falhas na comunicação. Por serem espécies diferentes, se comunicar com eficiência pode ser um grande entrave na convivência. Mas na verdade, a comunicação pode ser mais simples do que parece. Assim com nós humanos, os cães são seres sociais e se comunicar é crucial para sobrevivência. Devido a coevolução que existiu entre cães e humanos, diferentes estratégias de comunicação foram desenvolvidas entre os dois. Com um pouco de conhecimento sobre a essência canina e a capacidade de entender seu ponto de vista e suas limitações, esse ruído da comunicação pode ser reduzido e melhorar significativamente o relacionamento.

A maioria das formas de comunicação é determinada geneticamente, mas muitas dependem da prática social para se estabelecer corretamente, não é diferente com os cães. Seja para se relacionar com outros cães ou com os seres humanos, é preciso experimentar e trocar com o outro. E como toda prática, se não for realizada desde cedo e com regularidade, a comunicação pode se tornar uma característica um pouco atrofiada.

Saiba como se entender melhor com seu cachorro

É importante compreender como funcionam os sentidos nos cães, pois é através deles que eles decifram o mundo (e isso inclui os seres humanos ao seu redor). O olfato é o espectro mais importante para eles e tem um papel crucial na comunicação. Eles compreendem muito sobre o ambiente em que estão, sobre estímulos se aproximando ou se afastando e sobre como o outro esta se sentindo. Os cães podem compreender a comunicação humana sentindo cheiros (mesmo que você não queira…eles percebem seus hormônios de alegria ou de medo). Esse sentido muitas vezes é intangível para o humano, quase inútil na comunicação.

Enquanto humanos naturalmente utilizam a voz para se comunicar, essa é uma das últimas instâncias usadas pelos cães socialmente. Na realidade, os cães descobriram que vocalizar era bastante efetivo para chamar a atenção do ser humano, mas usam vocalizações com outros cachorros somente em casos muito pontuais. E enquanto um fala, alguém precisa estar escutando. A audição entra como um sentido fundamental para os cães uma vez que podem compreender o tom emocional que seus tutores empregam ao falar com eles. Cães são bem sensíveis auditivamente e podem perceber até mudanças respiratórias de ordem emocional, como em um momento de ansiedade. Da mesma forma, os cães possuem diversos tons para vocalizar e a intensidade e frequência em que usam pode ser interpretada com base em como estão se sentido.

A visão é um sentido muito importante para as duas espécies, especialmente para os cães já que a maior parte da comunicação acontece através de expressão corporal. Os cães leem nossos movimentos com muita facilidade e reconhecem nossos padrões. Sabem distinguir expressões faciais e seguir o direcionamento do seu olhar. Da mesma forma fazem em encontros com outros cães. Cabe ao ser humano fazer o mesmo esforço e estudo sobre os sinais de comunicação caninos.

Mas tudo se resume aos sentidos? E quando um dos indivíduos tem alguma defasagem sensorial? A comunicação fica um pouco mais limitada, mas não impedida completamente. Outros recursos podem substituir a tendência normal das espécies e novas percepções são afloradas para compensar. Porém, nesses casos é preciso um cuidado especial para garantir uma boa socialização desde cedo e bastante emprenho em conhecer o seu melhor amigo.

Conhecer o comportamento canino é fundamental para tentar simular situações mais próximas com sua natureza e influenciá-los efetivamente através da comunicação em qualquer contexto (brincar, se movimentar, se calmar e outros). Na comunicação com cães é preciso uma análise global para compreender seu estado emocional e a sua motivação através de do comportamento que estão mostrando, assim como devemos usar diferentes estratégias para comunicar a eles o que desejamos. Veja abaixo algumas opções que podem ser melhor trabalhadas entre vocês.

Como humanos se comunicam com os cães?

  • Postura corporal
  • Expressão facial
  • Motricidade do corpo (a forma de se locomover e velocidade)
  • Direcionamento de olhar
  • Apontar o dedo
  • Induzir com movimentos
  • Vocalizações
  • Comandos
  • Sinais de apaziguamento
  • Silêncio/ ignorar
  • Percepção de odores, hormônios e ritmo de respiração (acontece naturalmente)

Como os cães se comunicam com os humanos?

  • Expressão corporal
  • Motricidade do corpo (a forma de se locomover e velocidade)
  • Sinais de apaziguamento
  • Vocalizações
  • Interações corporais (patadas, mordidas, apoio de corpo e outros)
  • Direcionamento de olhar
  • Expressão facial
  • Silêncio
  • Movimentação pelo espaço
  • Emoções
  • Outros comportamentos a serem interpretados

Está com dificuldade de se relacionar com seu cão? Temos alguns serviços que podem ser um bom apoio como a creche canina e a consulta comportamental.