Por que a convivência entre crianças e cães requer atenção?

Saiba o que é importante do ponto de vista profissional, da criança e do doguinho!

Crianças amam pets e ajudar os peludos a desenvolver uma relação saudável com eles é um processo que deve-se dedicar tempo. A chegada de um filhote em uma família com presença de crianças pode ser um desafio. Afinal, é nessa fase que o cão começa a perceber o ambiente a seu redor e a criar comportamentos que irão lhe acompanhar em sua vida adulta.

Entender como o cão se comunica e ajudá-lo a se habituar com o convívio de humanos é essencial para um relacionamento saudável na família multiespécie.

O processo de socialização com crianças é uma das técnicas que ajudam os filhotes a se desenvolverem na presença deste pequenos. Aqui na Dog Adventure realizamos uma atividade de enriquecimento e vinculação com crianças, onde usamos processos lúdicos para gerar uma associação positiva entre eles. Isso ajuda os doguinhos a se acostumarem com a energia mais agitada das crianças, seu tom de voz e toque.

Os benefícios para o filhote:
  • Fortalece comportamentos saudáveis para a vida adulta
  • O cão aprende a descriminar o que é correto e tem recursos de outros comportamentos mais apropriados para que possa interagir melhor com o convívio humano
  • Se habitua com a presença da criança no ambiente (sons, velocidade de movimento e outras particularidades)

E o aprendizado não é só para nossos AUlunos, durante a socialização ensinamos as crianças a respeitarem os cães e até lerem alguns sinais de comunicação que os cães dão!

O papel da criança nessa relação:
  • Perceber sua expressão corporal,
  • Como manter o autocontrole sobre as emoções,
  • Adequar a postura e a maneira de olhar e falar com o cão
  • Respeitar os limites e realizar a aproximação apenas com a permissão do cão
  • Conscientização sobre comportamentos que não devem ser endossados (como a mordida por exemplo – é preciso direcionar o cão para outra brincadeira o ambiente)

Entrevista com nossos monitores mirins

O que te faz gostar de cães?

– Quando a gente tá entediado, ele brinca com a gente e dá mais alegria. Ele tambem protege a casa.

Você sente algum medo quando um cão de médio/grande porte se aproxima?

-Quando rosna, sim. Só quando rosna ou late. Eu já corro. Mas aí que ele corre atrás.

Que tipos de brincadeiras você gosta de praticar com os cães?

– Adestramento, bolinha, brincar na piscina. E brincar na chuva.

Você entende que os cães também tem emoções?

– Sim, quando ele rosna é porque não quer que faça alguma coisa. Quando eles cheiram é como se tivesse assistindo um filme. Quando cheira a grama, ela quer fazer xixi. E quando late olhando para alguma coisa, as vezes a gente entende o que ela quer.

Você acha que é sua responsabilidade educar o cão?

– Se for meu, sim. Porque aí ela não avança nos outros, não foge e sabe o que pode e o que não pode. E quando vamos dar alguma coisa ela sabe esperar e não vem comendo tudo. É importante para ela não pegar coisa que não deve.

Você sabe como se comunicar com um cão?

– As vezes. Eu vou falando e ela fica latindo e quando ela olha, eu sei o que ela quer. Não chegar tão rápido, deixar ele chegar a mão. Perguntar para a dona se ele bravo ou manso e se você pode dar carinho.

O que você acha de ajudar os cães da Dog Adventure?

– Bem legal, porque aí a gente pode conhecer novos cães e ensinar eles a ficarem com humanos, novas pessoas, crianças. E a gente pode se comunicar com os cachorros bem.

 

Precisa de ajuda com seu cão e a interação dele com crianças? A consulta comportamental pode te auxiliar no processo!

 

Agradecimentos especiais à Paola e Pietro.

 

Autora: Tatiana Nassif   

Como escolher um cachorro?

O que é importante considerar para tomar a decisão certa ao escolher ter um cachorro, e mais, como escolher esse melhor amigo dentre tantas opções?

Nos dias de hoje, grande parte das pessoas não se vê sem um bichinho de estimação. Mais de 50% dos lares brasileiros possuem um cão ou um gato como membro da família. Essa realidade revela muito sobre nós mesmos, o que procuramos e até como lidamos com a vida em alguns aspectos. Escrevemos um pouco mais sobre isso no texto O que é família multi-espécie. Mas como escolher o cachorro que irá compor a sua família?

Pensando em uma convivência saudável e harmoniosa, trazer um novo cão para nosso lar deve ser algo bem planejado. É muito importante que esse novo membro da família tenha um perfil semelhante ao seu e que todos os outros membros de sua família estejam de acordo e dispostos a cuidar também do novo cãozinho. Lembre de considerar membros que ainda não existem, mas que possam estar em seus planos como um bebê, por exemplo, uma pessoa de idade que vá morar com você ou um funcionário.

Veja alguns pontos para uma boa avaliação de sua família e das suas expectativas para escolher um cachorro:

  • Disponibilidade de espaço: Qual é seu tipo de moradia? Como é sua vizinhança? Qual seria o cantinho do seu cão? Onde ele faria as necessidades? Procure mapear esses detalhes, isso te ajudará a fazer uma escolha mais consciente e com menos chances de dificuldades depois.
  • Custos: Qual valor você pretende investir nesse novo membro da sua família? Considere pelo menos os custos básicos como vacinas anuais, antiparasitários regulares, brinquedos, comida, caminha, mas calcule uma reserva para consultas médicas, exames, especialistas, medicamentos, creche, passeador, adestrador…
  • Tamanho do cachorro: o porte o cão terá influência nos dois itens anteriores. Por exemplo, cães maiores comem mais, possuem dosagens de medicação mais altas e precisam de mais espaço (que pode ser compensado, dentre outros benefícios, com a contratação da creche para cães). Mas a conta não é tão clara assim, um cão grande e saudável pode gerar menos custos do que um cão pequeno de imunidade debilitada. O item abaixo trará alguns traços fundamentais para uma escolha que pode minimizar esse tipo de desgaste do cão e da família.
  • Raça e tendências comportamentais: cada raça foi criada com um objetivo e junto deste objetivo, diversas características físicas e comportamentais foram selecionadas. Existem mais de 400 raças de cachorro, cada uma com suas tendências, mas é importante saber que cada cão é um indivíduo com personalidade única (mesmo sendo da mesma raça e da mesma ninhada). Conheça um pouco mais sobre raças e como analisa-las para sua família em nosso mini- curso “Porque o cão é o melhor amigo do homem? Como tornar-se o melhor amigo dele também?”
  • Tipo de pelagem: a pelagem tem relação com custos (banho, tosa, cuidados especiais) e com disponibilidade de tempo da família para escovação diária e limpeza da casa por causa dos pelos mortos que caem. Cães bem escovados, independente da pelagem, fazem menos sujeira. Porém, cães de pelagem curta soltam mais pelos enquanto os de pelagem longa formam nós na pelagem se não escovados com regularidade (não somente no banho) ocasionando dor e problemas de pele.
  • O seu perfil e de sua família: como você visualiza o tempo para atividades em conjunto com o cachorro? E o que você espera do seu cão quando sozinho? Seja honesto nesse momento, esse ponto pode ser determinante para um bom relacionamento. Veja algumas reflexões que podem te ajudar: caso você goste fazer caminhadas, estar em contato com a natureza, precisa de um cão com nível de energia média/alta e pelagem fácil de cuidar. Se você é esportista, adora correr no parque, andar de bicicleta ou skate, precisará de um cão com energia alta/muito alta, com personalidade confiante e facilmente adestrável. Mas se seu perfil é curtir um sofá e maratonar séries, com certeza precisará de um cão de energia mais baixa. Se você é daqueles que não para em casa, tem vida social ativa, considere um cão pequeno que possa ir junto com você para qualquer luar ou que tenha maior facilidade de ficar sozinho, quem sabe até considere ter mais de um cão para fazerem companhia um para o outro. Se você tem crianças ou deseja formar uma família, procure por cães pacientes, raças adestráveis e de energia média/alta.

Alguns desses pontos são mais fáceis de serem analisados quando estamos falando de uma escolha de um cão de raça, pois sabemos como ele será fisicamente e como é boa parte da genética dele. Mas em caso de adoção de cachorro, como posso proceder?

A adoção é um ato lindo de amor, mas adotar um filhote sem raça definida demanda que a família esteja mais aberta a se adaptar ao perfil do filhote uma vez que não é possível prever tão facilmente seu tamanho e traços de sua personalidade. A maioria das pessoas procura por filhotes para acompanhar seu crescimento e essa é uma fase muito divertida e apaixonante realmente. Porém, ela vem com uma série de responsabilidade como assumir o processo de educação básica e socialização do animal que é demandante, mas também determinante para o equilíbrio emocional do seu melhor amigo.

Adotando um animal adulto, você já saberá quais as principais características dele e quais combinam com as suas. Além disso, estará contribuindo para dar um lar e uma família a cães com menores chances. Junto com tamanha grandeza prepara-se para se dedicar a uma fase de adaptação importante, incluindo a possibilidade de tratar alguns problemas comportamentais. Geralmente adultos adotados passaram por experiências traumáticas, seja frio, fome, maus tratos ou até mesmo a troca repetitiva de ambiente e famílias anteriores.

Conhecer a raça (ou a mescla de raças de seu futuro vira-lata), o histórico familiar do cão (pais e ninhada) e mesmo o ambiente do canil ou do abrigo em que ele viveu, vai trazer informações sobre as experiências que o cão passou, o que aprendeu ou deixou de aprender. Independentemente de seu passado, saiba que ao assumir um cachorro, você deve assumir também uma posse responsável sobre ele. É um compromisso pelos próximos 10 anos de sua vida e da sua família para atender as necessidades de saúde e bem-estar do cão garantindo a ele uma vida plena e feliz e a harmonia familiar.

Decidiu ter um cachorro? Precisa de um suporte profissional desse processo, entre em contato conosco.

Olivia Miranda e Tatiana Nassif